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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A História dos Presidentes da CAPIL - Moacyr Vieira Seródio





MOACYR VIEIRA SERÓDIO

NOSSO 7º E ATUAL PRESIDENTE



         Nascido em 13 de agosto de 1937 em Pirapitinga, 5º distrito de Bom Jesus do Itabapoana, Moacyr Vieira Seródio é filho de Jacintho Vieira Seródio e Laudenina Frias Seródio, família de característica agrícola.
         Órfão de pai aos 09 anos e de mãe aos 19, o menino Moacyr foi praticamente criado por sua irmã Iracema e seu cunhado Agostinho Boechat. Ela por ser professora (era a única pessoa da Vila com uma formação superior), também se transformou em “Juíza e Delegada” (pelos conhecimentos da lei), “Médica e Enfermeira” (pelo conhecimento dos primeiros socorros), entre outros. Ele, líder político, vereador constitucionalista de 1946, era grande comerciante, figura querida e paternal e foi nosso associado nº 52 de 26/09/1944.
         Carreiro de boi afamado, Moacyr passou a condição de agropecuarista, após se casar com a professora Iza Boechat aos 23 anos e assumir a pequena propriedade que recebeu de herança.  Iniciou-se ali uma jornada de imensas lutas daquele casal, que no decorrer de 20 anos e 05 filhos, colheram muitas vitórias.
         Ousado, Moacyr vendeu de imediato o pequeno sitio para adquirir um torrão maior (Fazenda da Mirindiba), que aos poucos foi aumentando até chegar um volume 08 vezes superior que o original. “Comprei e vendi muito gado e a Iza deu aulas até o oitavo mês de gravidez” – Recorda-se.
         Deste período traz grandes lembranças! Entre elas as do amigo Edson Tinoco de Oliveira (Sãozinho) e do concunhado Nelson Goulart, companheiros inseparáveis das idas e vindas a Minas Gerais, para comprar vacas de leite para serem revendidas na Região e, já naquela época, participavam de incontáveis concursos leiteiros, onde expunham a “vacada” e faziam bons negócios, pois era uma época de financiamentos fartos e juros mais baratos. “O Banco do Brasil e o BANERJ me ajudaram muito” – lembra.
         Os anos passaram e aos 37 enfrenta o seu primeiro desafio na vida pública. A família o convoca à substituir o velho Agostinho na política, que após 06 mandatos decidira afastar-se. Moacyr então se elege vereador do Distrito, sendo em seguida, feito líder do então prefeito Carlos Garcia e Administrador Distrital. Isto em 1970.
         Associou-se a CAPIL em 1964, com a Mat. 1200 (seu pai constava como associado 0058).
Acompanhando o cunhado Agostinho, foi figura coadjuvante nas diversas Assembléias e embates eleitorais desta casa nos anos de 1960.
“Acompanhei diversas vezes o Agostinho, trazendo a caravana da Vargem Alegre para votar no Arionaldo Boechat para o Conselho, mas sempre fiel ao Carlito, já naquela época. Alem de compadre do Agostinho, era uma figura memorável”!
Com a entrada do cunhado Fernando Vieira Machado (Fernandinho) no Conselho Fiscal, em 1972, começou seu maior envolvimento com a gestão da Cooperativa. “O Carlito ofereceu a vaga para o Agostinho, que já cansado, passou-a para mim (mais uma vez). Como ainda era vereador, indiquei o Fernandinho, que tinha grande conhecimento financeiro”. Achando-se na obrigação de apoiar o cunhado, a quem era muito ligado, Moacyr atuou ativamente em suas eleições para o Conselho Fiscal (1972 e 1973) e em sua eleição para Diretor Secretário em 1974.
“O Fernandinho já substituía o Dr. José Luiz nas funções de Secretario da CAPIL informalmente. Trabalhava de graça e calado, pois era de poucas palavras. “Chamei o Sr. Carlito e os demais membros da Diretoria e expus veementemente a necessidade do Fernandinho virar diretor de fato e obtive o apoio do Ary. Neste momento, me vi obrigado a pedir votos para ele. E alcançamos vitória.”
         Veio então sua primeira disputa eleitoral na CAPIL: “Eram as eleições para o Conselho Fiscal de 1975 e o Zé Eser botou na minha cabeça que eu deveria concorrer. Chamei mais uma vez o “Sãozinho” e o Nelson Goulart, tendo como Suplentes o José Basílio, Alípio Vicente e Sebastião Amorim e formamos uma chapa”.
             A pequena chapa formada à ultima hora foi desdenhada pelos adversários, Conselheiros tradicionais desta casa. “Nenhum Membro da Direção nos apoiou, pelo contrario, só o Ary Moreira Bastos que alertou nossos adversários, falava para quem quisesse ouvir que nós estávamos bem apoiados. Coloquei o “Sãozinho” na sala do Sr. Carlito a eleição inteira, garantindo a neutralidade do velho Presidente (eu sabia que ele sim poderia decidir uma eleição). Tive um grande apoio dos funcionários e um especial dos carreteiros, reconhecendo aqui a ajuda do meu compadre  Clóvis Diamantino”.
         Resultado, a chapa venceu as eleições com o triplo dos adversários.
         Entre a eleição acima citada e sua chegada à Diretoria, Moacyr teve atuação intensa no Conselho Fiscal (onde pela primeira vez passou-se a exigir documento junto a Tesouraria). Atuou também como encarregado de filiais junto ao Diretor Ary Moreira Bastos. Sendo desta ocasião a construção das filiais de São José de Ubá, Laje do Muriaé e Varre Sai.
         “E o velho olhou para mim. Era março de 1977, eu com 39 anos. Sr. Carlito empunhou suas mãos sobre mim e me fez seu Diretor Secretario, junto ao grande ubaense Dalton Gomes (eleito Diretor Comercial). Eleição difícil, com 03 chapas e uma Cooperativa com raio de ação que se iniciava em Campos, vinha Cardoso Moreira, Italva, Cambuci, Ubá, Bom Jesus, Itaperuna, Laje do Muriaé, Varre Sai, Porciúncula e até Patrocínio – MG, votavam mais de 3000 cooperados. Andamos dia e noite. Sr Carlito fez uma centena de reuniões, com seus famosos discursos. Incansável, mesmo já com quase 80 anos”.
         Resultado, o Carlito obteve uma votação muito superior aos 02 adversários juntos, Sr. Dalton ficou por 08 votos para alcançar a soma dos adversários e Moacyr passou a soma dos outros candidatos a Secretario por 03 votos.
“De minha parte, fiz do trabalho e do desenvolvimento da CAPIL, minha forma de agradece-lo. Não o deixei sequer 06 meses sem uma grande inauguração, para que ele recebesse os cooperados, as autoridades e os amigos. Ocasião em que fazia sempre, extensos e inesquecíveis discursos”.
Como Diretor Secretario (1977/80), Moacyr mostrou de cara sua tendência progressista. Construí-se o atual prédio da Administração, com imenso Auditório “Carlito Crespo Martins”, em reconhecimento ao velho Presidente (Ainda hoje o maior da cidade) e a atual praça de comércio (com farmácia, confecção e almoxarifado agrícola). Reativou a Exposição Agropecuária de Maio e realizou em 1977 o primeiro show de um artista de renome nacional em Itaperuna, trouxe o rei do baião Luiz Gonzaga.
Tamanhos foram os feitos daquela dinâmica gestão, que veio a eleição em 1980 e com ela duas grandes surpresas: pela primeira vez em décadas uma Diretoria se reelege por unanimidade e Moacyr é alçado ao cargo de Diretor Comercial.
Como diria Zé Éser: “o Moacyr era um louco, impôs-nos um ritmo de trabalho frenético. Realizou grandes obras. De longe foi o maior Comercial que tivemos”.
Como Diretor Comercial (1980/83), Moacyr provocou uma revolução em nossa Cooperativa. Vendo-se acuado com uma notificação da antiga “Leite Glória” que naquele momento compraria apenas o volume de leite contratual (50% da produção), deparou-se da noite para o dia, com cerca de 100 mil litros diários sem destinação.
“Carro apertado que canta. Não me intimidei. Tiramos da gaveta um velho projeto de uma usina nova. Mandei o Dalton (Diretor Financeiro) para Vitória atrás dos Recursos do BNCC (artigo Banco Nacional de Credito Cooperativo). Botei a CAPIL em estado de guerra”.
Resultado, em tempo recorde construiu uma nova Usina com a capacidade de beneficiar até 150 mil litros diários. Com ela, lançou-se no mercado produtos como: coalhada, doce de leite, provolone, ricota, minas frescal, requeijão cremoso e a ultima palavra em produtos lácteos no mundo,iogurte com polpas de frutas.
Com a Usina nova veio a necessidade de se vender e ai as habilidades do Comercial. Com muito arrojo expandimos nossa praça de venda alcançando os grandes centros consumidores do Estado, chegando a ser imbatíveis em: Niterói, Caxias, Campos, Região dos Lagos e até Nova Friburgo. Conseqüentemente melhoramos nossa estrutura, só veículos foram adquiridos 09 caminhões e 06 automóveis.
“Infinitas viagens dentro de uma Variant II ou uma Belina. Tivemos noite de chegar 02 da manhã e sairmos às 05:00 h. Eu e meu filho adotivo José Augusto” - lembra.
Contudo não se esqueceu do produtor. Criou-se também o primeiro laboratório de anemia infecciosa da região, terminando com as desgastantes viagens ao jóquei clube do Rio e construiu a primeira Fábrica de Ração de uma Cooperativa – “RAÇÃO PRATA”. Esta, por falta de tempo, ficou pronta, mas não foi inaugurada (passaria 03 anos fechada, por absoluta incompreensão de seus sucessores).
Não se aprende a caminhar sem cair. Veio então as eleições de 1983 e com elas o desejo nacional de mudanças. Pela primeira vez Carlito perdia uma eleição, tendo sempre ao lado seu fiel escudeiro Moacyr.
Nova eleição e uma segunda gestão como Comercial (1986/89), ultima ao lado do Sr. Carlito, que retornou com o tema de Getulio Vargas, “bota o retrato do velho outra vez”. Foi inaugurada por fim a sonhada Fabrica de Ração (com a presença do então governador Moreira Franco), comprou-se também um novo pasteurizador, reformou-se o Posto de Gasolina da sede, construiu-se o prédio anexo (onde hoje funciona o Departamento de Saúde) e renovou-se a frota com aquisição de 11 veículos novos.
Foi mais uma vez Diretor Comercial, entre 1992/95, ocasião em que iniciou os trabalhos enfrentando uma forte crise financeira em nossa Cooperativa. Usando de suas habilidades, conseguiu junto aos antigos fornecedores (seus amigos) um voto de confiança, através de um crédito para compra dos insumos, com prazo de 90 dias para o seu pagamento – isto em período de alta inflação. Recompôs assim os estoques, hoje na casa de 1 milhão de reais, reequilibrando nossas finanças.
Ainda naquela gestão, construiu os 03 postos de gasolina das filiais, o supermercado da sede e adquiriu 02 veículos para nossa frota. Através da intervenção do filho Moacyzinho (então Assessor do Ministro da Agricultura), criou-se a primeira Cooperativa de Crédito da região.
E o filho sucede ao pai. Com grande reluta, Moacyr se elege em consagrada vitória nosso 7º PRESIDENTE. Dias feliz, mas difícil aquele 01 de abril de 1995, quando se sentou na cadeira do velho Carlito Crespo Martins.
Sob sua Presidência nos mantemos firmes e altaneiros, no legado do Carlito. Como o do velho Presidente, seu nome hoje é uma bandeira do cooperativismo e do homem do campo do Estado do Rio. Basta lembrar que todos os últimos Secretários de Estado de Agricultura tiveram nele um grande conselheiro, podendo lembrar: Drº Alberto Figueiredo, Drº Luiz Edmundo Campelo Costa, Drº Luiz Rogério Magalhães, Drº Christino Áureo e Drº Mofat.
Entre os muitos feitos do Presidente Moacyr Seródio, destacamos a grande cruzada em defesa das Cooperativas e dos Produtores de Leite, durante a crise da PARMALAT. Na véspera de Natal, não vacilou. Capitaniou uma luta nacional. Alertou a Nação através da imprensa, sacudiu os poderosos em busca de apoio, enfrentou o alto comando da multinacional. Por fim logrou-se êxito ao ser o primeiro homem da história do país a entrar em uma empresa privada como Interventor Judicial, oriundo da sociedade. Mantendo a indústria funcionando no Estado, pagando religiosamente todos os credores, não permitida que a empresa que quebrara mundo a fora, levasse a lona a firma aqui instalada. Salvou-a da insolvência e garantiu o emprego de milhares de pessoas que dela dependiam.
Consta ainda de seu currículo: Vice-Presidente da FAERJ, primeiro e único Presidente da ASCONFLU (Associação das Cooperativas do Norte e Noroeste Fluminense), Conselheiro da SIAGRO/Rio, Conselheiro da SOCERJ (Sindicato das Cooperativas- RJ), Diretor do Sindicato Rural, Conselheiro da Agricultura da Associação Comercial do Rio de Janeiro e Comissário do Estado junto a CNA (Confederação Nacional da Agricultura).
Entre os muitos títulos recebidos destacam-se: Cooperativista Emérito do Estado (concedido pela SOCERJ), Agricultor Emérito (FAERJ/SENAR, Sindicatos e Cooperativas do Sul Fluminense), Cidadão Emérito do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ- Dep. Cory Pillar Filho) e de Cidadão de quase todos os municípios do Noroeste Fluminense.

Com tudo isso, o que permanece mesmo, é a figura do simples agricultor do alto de sua Vargem Alegre, franco e decidido, sempre disposto e amigo fiel. De dentro da Sala da Presidência, sob o imenso retrato do Sr. Carlito parafraseia os versos do velho Presidente: “Agrada a todos com carinho, do pequeno ao maior”.    

2 comentários:

  1. Muito bom esse link. Não conhecia essa história toda.

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  2. Tio Moacir, muita saudade do Sr, e que saudade de meus pais, Agostinho Boechat e Iracema Seródio Boechat. Quem dera poder voltar àquela época do Caminhão Chevrolet que carregava 40 sacas. Época que levávamos 01 dia para ir de Pirapetinga a Porciuncula e voltar. Naquela época tinhamos PAZ.
    ACHO QUE PAZ É ÚNICO PEDIDO EM NOSSA REZAS. QUEM TEM PAZ NÃO PRECISA DE MAIS NADA.
    Abraço grande Tio Moacir e Obrigado por toda sua atenção para comigo.
    Do sobrinho que sempre o amará.
    Agostinho Seródio Boechat

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