UTILIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA
ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS
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COMO USAR
A cana-de-açúcar pode ser
usada como fonte forrageira para o período da seca, na alimentação de bovinos
confinados ou em pastejo; neste caso, como uma forma de resolver problemas relacionados
à baixa disponibilidade de matéria seca da pastagem. Em ambos, a cana deve
ser picada e não triturada, para efetivamente reduzir o comprimento da fibra
e melhorar o seu consumo.
Para pequenos plantéis, a
colheita pode ser feita manualmente e a cana transportada em carretas ou
carroças para ser picada em picadeiras estacionárias, próximas do local de
fornecimento. No caso de um número maior de animais, usam-se máquinas
forrageiras que cortam, picam e carregam em uma única operação.
A limitação mais séria ao
uso da cana reside no seu baixo teor de proteína bruta e degradabilidade da
fibra, resultando em baixo consumo. Nessas condições, o uso isolado da
cana-de-açúcar não é capaz de atender nem mesmo às necessidades de mantença
do animal. Entretanto, o seu uso, associado com uma fonte protéica, tal como
a uréia + sulfato de amônio, pode resultar em ganhos de até 300 g/cab./dia. A
mistura recomendada é de 90% de uréia e 10% de sulfato de amônio e aplicada
na base de 1 kg
para cada 100 kg
de cana fresca picada, isto após a fase de adaptação de uma semana. Na fase
de adaptação, usar apenas 0,5
kg da mistura para os mesmos 100 kg de cana picada. A
mistura uréia + sulfato de amônio pode ser preparada e guardada. A aplicação
da mesma sobre a cana é feita da seguinte forma:
·
para cada 100 kg
de massa de cana picada, já distribuída no cocho ou no campo, aplicar a
mistura uréia + sulfato de amônio diluída em 3-4 litros de água, com a
ajuda de um regador. Essa distribuição deve ser a mais uniforme possível;
·
para ganhos na faixa de 500 g/cab./dia, há necessidade de se acrescentar à
cana tratada, concentrados protéicos de origem vegetal.
Neste sentido, o uso diário
de 600g por animal de farelo de arroz integral tem mostrado desempenhos
satisfatórios;
·
para animais em confinamento, com ganhos entre 600 e 700 g/cab./dia, há a
necessidade do uso de misturas protéicas/energéticas (por exemplo, 80% de
milho e 20% de farelo de soja), fornecidas na base de até 2,5 kg por animal/dia.
Neste caso, atenção especial é necessária em termos de retorno econômico,
visto a baixa conversão alimentar normalmente obtida quando se usa cana.
Talvez esta forma deva ser usada apenas como uma estratégia para explorar a
alta no preço do boi ao final da entressafra, confinando animais erados com
peso vivo médio acima de 400
kg. |
Fonte: Embrapa
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