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CAPIL-Cooperativa Agro-Pecuária de Itaperuna Ltda
O leite nosso de cada dia!
Produtos Prata
quarta-feira, 19 de junho de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
CRÔNICA DE TRABALHO E PIONEIRISMO
Vinte e seis de setembro de 1941. Eis uma data que
a tradição histórica do município de Itaperuna houve de eternizar. Foi nesse
dia mesmo, enfiado num intervalo de tempo em que o Brasil crescia sob o Governo
de Getúlio Vargas e o mundo assistia bestializado ao avanço das tropas
nazistas, que se criou a Cooperativa Agro-Pecuária de Itaperuna Limitada. O
município, aliás, era acanhado. Mas quase explodira de orgulho há pouco, quando
(em 10 de maio de
1939) celebrou o cinqüentenário de sua existência e da instalação
de sua Câmara de Vereadores - a primeira com maioria republicana no país, ainda
em pleno regime monárquico.
Obra de muitos, a primeira industria de porte da
região, foi resultado direto dos esforços de vinte e quatro homens que
compartilhavam um só ideal, a CAPIL.
O começo foi reconhecidamente difícil, marcado
pela precariedade. De tal maneira assim o era, que os cooperados daquele
tempo costumavam transportar o leite de suas fazendas em lombo de mula ou
carroças. E ainda mais: para levarem adiante o seu ideal, muitos deles nem
retiravam das magras receitas de que a cooperativa dispunha o pagamento justo
por suas cotas de produção e venda.
Quando se escreve sobre ideal, observa-se que o
daqueles fundadores era construir um sentimento de comunhão entre os
proprietários de terras, com o objetivo de incrementar a pecuária leiteira que,
desde 1935, vinha ruminando em pastos do município e região. Um sonho concretiza
zado a 28 de
fevereiro de 1947, quando foi adquirido o prédio à Rua General
Osário, 385, onde a empresa já vinha funcionando através de aluguel desde 1944
(antiga instalação do Laticínio ltaperuna Ltda). A cooperativa recebia já três
mil litros de leite a cada dia, remetendo-os para industrialização em Niterói,
através da antiga Estrada de Ferro Leopoldina. Por essa época, o raio de ação
desse empreendimento de coragem abrangia municípios como Bom Jesus do
Itabapoana e Cambuci, bem como distritos itaperunenses que se emanciparam mais
tarde (Natividade, Porciúncula e Laje do Muriaé). As linhas regulares de leite
entravam em funcionamento, sendo a primeira delas a da Fazenda da Salgada: o
transporte era feito em bagageiros externos, no teto das jardineiras da AutoViação
Ubaense.
Logo depois de adquirida do Coronel Adelino Garcia
Bastos, a sede da rua General Osório foi modernizada. O prédio passou por uma
obra de reformulação, sob o parecer técnico do engenheiro Sadi Sobral Pinto; um
maquinário novo foi comprado e instalado. Daí em diante, os negócios com leite
cresceram e a cooperativa cresceu junto. Em 7 de julho de 1951, a Cooperativa Agro-Pecuária
de ltaperuna realizou uma transação de imóveis com a massa falida da Fiação e
Tecelagem São José do Avaí. Rubens Garcia Bastos (então Presidente) e Jair de
Siqueira Bittencourt (Diretor Comercial) trabalharam firmemente para a
concretização do negócio que teve como interveniente a Predial Santa Rita.
Como credor participou o Banco Fluminense da Produção. Por uma quantia de
oitenta contos de réis, a CAPIL acabou incorporando ao seu patrimônio uma área
de 3,5 alqueires geométri
cos. Cinco anos mais tarde, em 1956 (já figurando Carlito Crespo Martins
como Diretor Comercial), aconteceu a transferência definitiva da indústria de
laticínios: ela saiu do pouco espaço que lhe era reservado na rua General
Osório e chegou ao bairro Cidade Nova.
Em sua nova sede, a CAPIL encontrou espaço
bastante para expandir seu parque industrial, atendendo às exigências de uma
crescente produção leiteira e de um mercado em desenvolvimento. Os galpões da
antiga fábrica de tecidos foram reaproveitados e adaptados às condições de
trabalho com produtos laticínios. Novos prédios foram construídos, uma vez
mais sob a responsabilidade de Sadi Sobral Pinto. Foram importadas outras
máquinas, ainda mais modernas, por intermédio da Companhia Fábio Bastos.
Proprietário dessa empresa de importação e
presidente da Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro, Fábio Garcia
Bastos acabou se tornando figura de vital importância para o desenvolvimento
da CAPIL e da pecuária leiteira do Noroeste Fluminense. Entre o final dos anos
50 e início dos 60, ao lado de Rubens Garcia Bastos, Carlito Crespo Martins e
alguns políticos da região, conseguiu articular a instalação no Brasil, mais especificamente
em ltaperuna, de uma subsidiária do conglomerado norte-americano Internatonal
Milk. Tratava-se de uma fábrica de leite instantâneo (a Leite Glória) que,
desde a sua inauguração em março de 1960, tornar-se-ia um poderoso parceiro
comercial da cooperativa itaperunense.
Também na década de 60, a CAPIL expande cerca 50%
o seu raio de ação e sua coleta de leite, ao anexar a então combalida
Cooperativa de Cambuci e ao comprar a firma de lacticínios Braco de
Porciúncula.
Desde então, firmado esse relacionamento amistoso
com a vizinha Leite Glória, a Cooperativa Agro-Pecuária de ltaperuna só fez
crescer, em todos os sentidos. Duzentos mil litros de leite por dia: esse
patamar, que por si é um número considerável, foi simplesmente rompido na década
de 70. Durante a chamada “chuva de leite”, mais especificamente em 1978, a CAPIL alcançou a
incrível marca de 202 mil litros recebidos num só dia e o titulo de a primeira
Cooperativa singular em recebimento de leite do país.
Vem a década de 80 e com ela uma revolução
progressista. Ainda sobre a Presidência do velho Carlito Crespo, tendo agora a
acompanha-lo uma Diretoria com novos nomes (Dalton Gomes, Moacyr Seródio,
Alahyr Gouveia, entre outros), a CAPIL experimenta grandes passos, podendo citar:
uma nova usina para beneficiamento de 150 mil litros/dia; uma nova sede com 3
pavimentos; a primeira fábrica de ração de uma Cooperativa no Estado e a
ampliação de nossa praça de comércio que atingiu a Região do Lagos, Região
Serrana e até o Grande Rio.
E escapulindo ligeiramente da recepção, revolvendo
dados de produtividade, a CAPIL reforça a sua primazia no Estado. Dispondo de
um moderno parque industrial confortavelmente instalado em 15 mil m2 de
área, a sua capacidade de industrialização de laticínios che9a a
100 mil litros diários, entre leite pasteurizado e uma dezena ou mais de
derivados. Não é à toa que a gigantesca câmara frigorífica de sua usina (com
capacidade de estocagem para um montante de 300 toneladas de manteiga e queijo)
pode um dia ficar pequena. Apesar das constantes ameaças de bancarrota que
rondam a economia brasileira, a CAPIL consegue se manter com uma média de 120
mil litros de leite em sua recepção. A empacotadeira da usina coloca-se de
prontidão para o empacotamento diário de até 50 mil litros, acreditando sempre
em pelo menos tantas mil bocas que possam consumi-los.
Por essa e outras, o cooperativismo
tem o seu lugar de destaque e sucesso na CAPIL. Ainda figurando entre as 2
primeiras do Estado, apoiada no envio religioso de leite por cerca de 1.400
cooperados ativos. No ano de seu sexagésimo quinto aniversário, são 5.711 matrículas
registradas. E não só isso: o rebanho bovino do Noroeste Fluminense,
ostentando cifras de milhares de cabeças, comprova que o empório de laticínios
chamado CAPIL vem cumprindo seu compromisso com o ideal de seus fundadores.
Desde sua criação até hoje, a Cooperativa
Agro-Pecuária de Itaperuna encarou a história como deve ser. De frente! Do
ideal à sua realização, os passos foram muitos, mas nunca além dos próprios pés
de quem trabalha e ousa ser pioneiro.
FONTE:
Livro- Capil 50
anos.
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